terça-feira, agosto 26, 2014

Por definição, sabemos o que é guerra


A exceção dos extremamente dogmatizados e fanáticos, aqueles convictos de que suas crenças devem sobrepujar a humanidade, a guerra em Gaza tem sido publicamente cruel e desequilibrada, se é que podemos falar em equilíbrio, e em guerra. Os jornais escancaram as notícias de que os bombardeios do Exército de Israel atingiram escolas, mesquitas, edifícios e acampamentos de refugiados. São 392 crianças mortas e 2.502 feridas, segundo a Unicef. Por definição, acho que todos sabem o que é guerra. Se levarmos em consideração o tamanho de Gaza (45 quilômetros de comprimento por entre seis e 14 de largura), a destruição é quase total. Não há eletricidade nem acesso a água potável. A população de lá não tem força aérea, marinha ou armas pesadas para confrontar qualquer ofensiva. É como se aquela pequena região fosse um centro de treinamento para testar os mísseis e obuses disparados a esmo pelas tropas Israelenses. Sem contar que Gaza vive oito anos de ocupação, oito anos sob um estreito bloqueio, inclusive com comida e medicações. Por definição, todos sabem o que é guerra, e se isto é guerra, ela é diferente das anteriores, e o mundo deve fazer algo, pois a verdade está posta e o genocídio se evidencia, menos para aqueles convictos de que suas crenças devem sobrepujar a humanidade. Os desumanos.

quarta-feira, outubro 24, 2012


Dentre os inúmeros dizeres que se propagam por aí afora, daqueles que se difundem em questão de segundos pelas diversas redes sociais, com a impávida truculência de desvirtuar e destituir tudo que existe, ainda existe ou existiu de bom nesse Estado, a ponto de tornar uma espúria constatação em mero senso-comum, revelando o autoritarismo emblemático de muitos dos déspotas maniqueístas que infestam e se espalham pela República Brasileira, os quais exigem obediência passiva de toda uma população que, como se não bastasse a condição de expiação a que é submetida, vêm sendo repelida massivamente quando se manifesta sobre isso ou aquilo porque, simplesmente, divergiu ao dizer um não. Acreditem: um não.
Parafraseando o saudoso Saramago “o não é a única coisa efetivamente transformadora, que nega o “status quo”. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade.”.
E esse é o momento em que é necessário dizer não. A fatalidade do não, ou a nossa própria fatalidade!

terça-feira, julho 12, 2011

Dica de Filme



O mais novo e premiadíssimo filme da filha do mestre Coppola, a norte americana Sofia Coppola, "Um Lugar Qualquer (Somewhere)", me pareceu um filme bom, apenas. É super parado, com poucas trilhas e um tanto estranho. Pelos inúmeros elogios que a crítica internacional fez, confesso que esperava mais. De todo modo, vale a pena assistir pelo enredo.

segunda-feira, julho 11, 2011

O que ouço



A música "Guaranteed", faixa do álbum de Eddie Vedder feito para o filme "Na natureza Selvagem", de Sean Penn, foi indicada à época para os prêmios de melhor canção original (Golden Globe 2008) e melhor canção feita para um filme (Grammy 2008). Vale a pena Ouvir.

Um particular de Vinícius



Nas palavras de Carlos Drummond “Vinicius foi o único de nós que teve vida de poeta. Vida de poeta, em outras palavras, seria uma vida apaixonada. Escrever paixão é uma coisa. Viver paixão, outra. Não que uma coisa diminua o prestígio da outra, mas na lacônica frase nota-se de forma suave o tom de admiração e apreço em se viver apaixonado, ato que Vinicius sabia desempenhar tão bem."

Simples assim

Filme bom sempre tem alguns particulares: ou é inovador na estética ou é polêmico no conteúdo, leva os cinéfilos ao riso ou as mais agradáveis lágrimas. Por fim, ganha o status de clássico ou nos marca profundamente. É mágico.

Dica de Filme



Eu fico impressionado, cada vez mais, com o talento de Clint Eastwood. Se nos idos de outros tempos foi excelente ator (Anti-herói e Um cara durão) , hoje se tornou um brilhante diretor/produtor. Em "Além da vida" ele mantém sua característica em abordar temas polêmicos, mas dessa vez com o intuito de nos convencer de que existe a vida após a morte. Vale a pena conferir.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Possibilidades de um novo ano


É difícil de assimilarmos, mas o que foi feito há cinco dias atrás é passado. É do ano que já se foi, de 2008, ano passado. E essa impressão se dá, porque tendemo-nos, continuamente, na regência relativa do tempo. A sucessão de anos, dias e momentos, que envolvem para o homem a noção de presente, passado e futuro.

Ligados nessa propensão é natural fazermos um pesar do que foi feito, conquistado, e do que foi produzido durante o decorrido ano. A esta cobrança não devemos nos eximir, pois estamos sempre à procura de um fim para a existência, e para isso, não devemos esquecer do que já se passou, do começo.

Os aforismos são simples. Satisfeito com o que faz? Valeu a pena? Há mudanças a serem feitas?

Carlos Drummond de Andrade já disse, “o aforismo constitui uma das maiores pretensões da inteligência, a de reger a vida”.

Que venha 2009!

terça-feira, dezembro 23, 2008

Paixões efêmeras


O melhor da vida é, na maioria das vezes, a absoluta incerteza sobre o que é ou não efemero, que paixoes são ou não superciais o suficiente para desaparecerem em dois dias. Nada melhor do que algo simplesmente acontecer... Do nada encontrarmos no outro tantas coisas que se completam e ao se completarem aumentam de vulto...
Mais apaixonante ainda é o poder do acaso e do tempo que nos comandam como marionetes num teatro infantil, lúdico, e quem sabe podem nos oferecer a possibilidade do reencontro...
Se não... Nada se pode fazer... Apenas relembrar, e agradecer... GRANDES MOMENTOS... E constatar que realmente nem tudo é efêmero, pois muitas coisas mesmo com a distância física acabam permanecendo no pensamento.

Natal



Natal. Na província neva.
Nos lares aconchegados
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.


Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Por isso tenho saudade.


E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!



Fernando Pessoa

sábado, dezembro 20, 2008

Vidas Paralelas


Nos idos de outros tempos, tive que assistir a um filme, para fazer um trabalho de uma matéria que não suportava... Fala de inconsciente... Assuntos tratados pelo velho Freud... E fiz por fazer, como alguém que cumpre uma obrigação e só...Hoje relembrei desse dia, do tanto que praguejei da raiva que senti em ter que locar aquele filme disparatado... Pareciam um monte de malucos que dormiam e acordavam numa história histérica e sem sentido, avançando e retroagindo cada vez fazendo menos sentido...Buscando uma analogia com o que vivo hoje, começo a observar que vivo em duas vidas paralelas... Não que eu esteja ficando louco, apenas alguns pensamentos e momentos preponderam sobre outros...É como se a minha vida normal fosse cortada, em vários momentos, por outra até então desconhecida, mas que viajo tentando decifrar cada espaço ainda escuro...E assim tem funcionado meus dias, me pego várias vezes com a cabeça longe, esqueço algumas coisas que fiz, outras faço de maneira automática sem pensar ou por instinto...Alguns pensamentos fixos, um em especial... E esse me remete ainda mais a uma história apenas explicável se eu de fato considerar a existência de um mundo paralelo...Refiro-me a saudade de alguém a quem apenas tenho acesso ao sorriso e umas poucas dúzias de palavras... Como pode?Por isso hoje defendo essa vida paralela, acredito nela, tenho certeza que nos meus constantes momentos de branco viajo pra lá... Talvez lá possa conversar e rir exaustivamente de tudo que se passa, possa ser inteiro sem ser censurado, amar e ser amado a mesma e fiel medida...Talvez lá e por enquanto apenas lá encontre o descanso, a paixão, a tormenta, a tempestade, o temporal, o sol, dunas, mar, sal, rio, doce, amor... Tantas coisas ambíguas, que se completam e se significam... Da mesma forma que faço com minha vida paralela até o momento de ser una.